segunda-feira, 23 de junho de 2008

Graffiti: arte como forma de inclusão social para crianças e jovens


Graffiti significa "marca ou inscrição feita em um muro", e é o nome dado às inscrições feitas em paredes desde o Império Romano. É um movimento organizado nas artes plásticas, no qual os artistas utilizam os espaços públicos, para criar uma linguagem intencional de modo a interferir nas cidades. Surgiu em maio de 1968, nos muros de Paris as primeiras manifestações.

O graffite é uma arte que submete à criança, desde cedo à uma forma para a inclusão social. Para que ela não faça da sua infância, tanto em bairros mais pobres como nos bairros da classe média alta, um caminho para a marginalidade.

Denis Sena, 21, arte educador que trabalha na ONG Projeto Cidadão, localizada no Cabula, bairro em que reside, explica como utiliza o graffiti na sua vida e a quanto tempo escolheu essa atividade. “Acredito na arte, no graffiti como um grande veículo de comunicação e transformação social. Vivo da arte, sou empreendedor e acredito como compromisso. Escolhi o graffiti há oito anos, tudo começou ao convite do coordenador da ONG Projeto Cidadão, o Antonio Jorge,que me incentivou a ser arte educador no ano de 2000. Eu já desenhava desde criança, tenho mais de 170 cadernos de desenho, acreditem quem quiser,daí veio a oportunidade de ser um agente multiplicador, grande responsabilidade”.

EXPOSIÇÕES SOBRE GRAFFITI – “Em abril ocorreu uma exposição na Caixa Cultural, uma mostra coletiva. E em junho estarei expondo no MAM(Museu de Arte Moderna).Confesso que estou muito feliz, sempre sonhei e conquistei de fato esse novo espaço, inclusive, a linguagem do graffiti baiano. Breve os meninos da ONG Projeto Cidadão estarão expondo nas escolas públicas e faculdades de Salvador”, atenta Denis Sena.
“O Projeto Cidadão é precursor, já organizamos grandes concursos e o primeiro seminário de graffiti.Muito jovens graffiteiros reconhecem a importância da ONG, que continua a lutar pelo seu devido espaço físico,hoje estamos na Associação de Moradores do Cabula 1,há 8 anos. Dou aulas na ONG durante este tempo, sempre acreditei e acredito na arte, mesmo vivendo com as realidades encontradas na minha comunidade do Cabula e a maioria das crianças são aqui mesmo do bairro”, explica Denis.

UFA, 19, como gosta de ser chamado, é aluno do projeto, e fala como sua participação fez mudar seu comportamento e seu modo de vida. “Acredito no graffiti como uma forma de compromisso, expressão, o graffiti é minha vida, amo o que faço. Já participo do Projeto Cidadão, há um ano e nove meses, era colecionador de revistas. Tenho como meta seguir os passos de Denis e me tornar um arte educador, para tentar mudar o modo de pensar, de algumas pessoas da minha comunidade, e porque não no mundo, moro em Nova Brasília. O graffiti exerceu em mim um poder de transformação, aprendi a ter mais respeito com as pessoas, em casa e também a fazer o bem para todos. Tudo na vida tem um significado, está no ser humano, é só despertar na realidade que vivemos, a União, a Força e Ação –estas três palavras formam o nome artístico do garoto - que temos dentro de cada um”, explica UFA. Para ver mais sobre o graffiti, e um vídeo de Denis Sena trabalhando acesse: http://www.atarde.com.br/fw/cp/2007/05/tocador/tocador.jsf?navegador=ie&arquivo=/arquivos/2008/05/31139.wmv&largura=&altura=&tipo=2.